Vemos a mudança acontecer a cada estação, mas nos consideramos diferentes da natureza. | Descubra co

广告位火热招租中

Fui uma criança medrosa ao extremo e quieta, quietíssima. Me desenvolvi e me tornei uma comunicadora, mas minha quietude interna e esse olhar que parece estar mirando o ‘nada’ ainda estão por aqui

PUBLICIDADE

Dizem por aí que só muda quem quer e com muito esforço. “Fulano não mudou nada, continua igual, sem coração, fofoqueiro ou ganancioso; me passou para trás há 40 anos.” E, assim, são colocadas na mesa as piores características como verdades atuais. Será?

Como a natureza nos ensina a mudar?

Somos espectadores da mudança de estações, do verão intenso com céu azul sem nuvens, que parece nunca acabar e que, “de repente”, dá lugar ao vento, ao céu coberto, ao frio. Vemos a mudança acontecer de estação em estação, mas nos consideramos muito diferentes da natureza que, sem livre-arbítrio, está sujeita a outras leis. Talvez fosse o caso de olhar uma Terra que se transforma como um exemplo da lei implacável e inerente a tudo que está por aqui, vivo ou morto, de se transformar.

Mudar é inevitável?

Fui uma criança medrosa ao extremo e quieta, quietíssima. Fui, na primeira infância, levada por meus pais ao médico para entender por que ficava tanto tempo sem fazer absolutamente nada – isso depois de uma queimadura de segundo grau feita por ficar muito tempo sentada sozinha no sol sem reclamar. Estaria eu fadada a ser uma estranha?

Como lidar com as mudanças?

Sem resposta na época, foi dito que eu era assim e “vamos ver como ela se desenvolve”. Me desenvolvi e me tornei uma comunicadora, mas minha quietude interna e esse olhar que parece estar mirando o “nada” ainda estão por aqui. Os medos, alguns, continuam por perto e aprendi na maior parte do tempo a controlá-los ou pelo menos a lidar com sua existência. Isso só para falar de defeitos que posso expor.

Nature
Paisagem natural

Assim como as estações que se sobrepõem uma à outra como mágica, fazendo invernos tão diferentes quanto iguais, o ser humano passa pela vida nesse processo, uma sobreposição de estações em que mudar é obrigatório por aqui, tanto por dentro quanto por fora. E, saiba, vai acontecer, você querendo ou não.

É possível celebrar as mudanças?

Vejo feliz o rosto do meu filho único transformar suas jovens feições nas de um homem feito, gosto quando vejo os pelos da sua barba se tornarem espessos, como se me dissessem que agora ele é capaz de cuidar de si. A autossuficiência dele me liberta para outra fase minha. Mesmo assim, ao me olhar no espelho na frente da dermatologista, indico lugares no meu rosto que pretendo manter, mostro fotos do rosto da jovem Alice que não condizem com as mudanças internas que sofri ao longo dos anos.

Publicidade

Deveria, na verdade, comemorar essas mudanças, que são tanto externas quanto internas, mesmo que algumas vezes pareçam imperceptíveis, mesmo que essas micromudanças sejam sentidas só por nós ou talvez nem isso. Tenho tentado pessoalmente estar “presente na mudança”, como diz meu amigo e rabino Nilton Bonder. E sabe o quê? Tenho me surpreendido positivamente com a mudança dos outros também.

Change
Representação visual da mudança

Terminamos por aqui. Espero que tenha gostado do artigo e que tenha refletido sobre a importância e inevitabilidade das mudanças em nossas vidas. Comente abaixo suas experiências com mudanças e continue acompanhando nosso conteúdo para mais reflexões como essa. Obrigado pela leitura!


Por /


广告位火热招租中