Muhammad Ali vs Joe Frazier: A vitória histórica que marcou uma era

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Muhammad Ali, a Lenda do Boxe

Muhammad Ali foi uma das grandes personalidades do século 20. Cada luta do boxeador ganhava sempre um grande destaque nas capas e páginas internas dos jornais. Foi assim no Jornal da Tarde de 29 de janeiro de 1974, quando Ali derrotou Joe Frazier no segundo confronto que reuniu em Nova York, mais que campeões, dois dos maiores nomes da história do boxe e a maior rivalidade do pugilismo. “Desta vez, não quis saber de brincadeiras: não provocou Frazier, não ofereceu o rosto, usou apenas sua técnica contra a coragem e vigor do adversário.”

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A foto de Ali acertando o rosto de Frazier em cheio ocupou quase toda a metade inferior da capa, que curiosamente estava recheada de personagens históricos em outras chamadas de notícias: Pelé, o cubano Fidel Castro e o soviético Brezhnev, o dramaturgo Nelson Rodrigues e o enxadrista Mequinho.

As tensões políticas na Argentina e na Bolívia eram os outros destaques da capa naquele dia, além do onipresente confronto entre israelenses e árabes.

Uma vitória técnica, discreta. Mas não deixou dúvidas.

A vitória de Clay sobre Frazier, ontem à noite no Madison Square Garden, foi justa e recebeu o voto unânime dos jurados. Mas foi a vitória de uma técnica já cansada contra uma força que o tempo e a derrota contra Foreman tornaram incapaz de derrubar um homem.

Nem Clay nem Frazier puderam manter o ritmo da primeira luta, em março de 1971, mas este encontro foi muito parecido com o outro — a diferença é que entre os dois houve nocautes, queixos quebrados e um certo desânimo; além do peso que três anos representam na vida de um atleta.

A única dúvida: Clay terá condições para vencer George Foreman, o homem que mandou Frazier seis vezes à lona em apenas dois assaltos? É bom lembrar que Foreman é quase dez anos mais moço e mais selvagem.

Com curtos contra-golpes de esquerda e direita na cabeça, e jabs de esquerda, quase três anos depois, Cassius Clay (Muhamad Ali) teve sua vingança contra Joe Frazier; vencendo o ex-campeão mundial dos pesos-pesados por decisão unanime dos jurados.

Em 71, eles acabaram no hospital

Muhammad Ali e Joe Frazier encontraram-se pela primeira vez num ringue, no dia 8 de março de 1971, como verdadeiros campeões mundiais. Ali, não deu a menor importância para as autoridades norte-americanas que lhe tiraram o título, pela recusa de servir no Vietnã. Frazier, dono legal do título, nem ligava para as provocações de seu adversário. E fizeram uma luta violenta em que Joe Frazier saiu vitorioso e os dois acabaram num hospital, cuidando dos ferimentos.

A técnica que Cassius Clay — ou Muhammad Ali, como exige ser chamado — estava acostumado a usar contra todos os adversários não funcionou naquele dia. Ele não dançou no ringue como tinha anunciado. Esperou firme o seu adversário nos quinze assaltos. Mas o golpes de Clay foram mais precisos e mais bem colocados que os de Frazier.

Os comentaristas disseram, depois da luta, que Clay não soube se livrar de Frazier. E, desta vez, foi o próprio Frazier que fez o que havia previsto (“Morrendo o corpo, o espírito também morrerá”). Frazier batia na cintura, tentando diminuir a força de Clay, mas oferecia seu rosto para os potentes socos e golpes violentos de Ali.

E o rosto de Frazier ficou totalmente modificado pelos golpes e pela dor. No décimo quinto assalto, Cassius Clay estava sem sangue escorrendo pelo supercílio, sem olhos inchados, e com a mesma fisionomia com que começou a luta.

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Trezentos milhões de pessoas assistiram a derrota de Cassius Clay. No Madison Square Garden, duas pessoas morreram de ataque cardíaco. Em Chicago, cinemas que apresentariam a luta em circuito fechado foram totalmente destruídos por aqueles que não conseguiam entrar. A entrevista coletiva marcada para depois da luta, não aconteceu. O campeão mundial dos peso-pesados, Joe Frazier saiu do estádio para um hospital, onde ficou dez dias. E Clay deixou o Madison Square Garden com suspeita de fratura na mandíbula.

Página do Jornal da Tarde de 29 de janeiro de 1974 com notícia da vitória de Muhammad Ali sobre Joe Frazier. Foto: Acervo Estadão
Página do Jornal da Tarde de 29 de janeiro de 1974 com notícia da vitória de Muhammad Ali sobre Joe Frazier. Foto: Acervo Estadão

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Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

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  • Acervo Estadão

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Por /Jornal da Tarde


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