Opinião: Por que 1964 é o passado que não passa

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Há muito tempo, a memória dos "idos de março" assombra e pesa sobre os pósteros e raros sobreviventes. Culpa da conciliação em torno da anistia ou da adesão à abertura sugerida por líderes da ditadura. A abertura deveria ser "lenta, segura e gradual", estratégia notável para os que estavam na defensiva.

A ambiguidade da avaliação da abertura política

Mesmo para quem discorda da avaliação negativa da abertura, há um certo desconforto. Fatos e personagens do passado parecem recusar a passagem à História, mantendo-se presentes e influenciando o presente. A passagem de eventos políticos para o âmbito histórico é complexa e desafiadora.

A modernização conservadora em 1964

Luiz Werneck Vianna enxerga em 1964 uma repetição de 1937, com a imposição de mecanismos coercitivos para promover o desenvolvimento econômico. O pacto entre elites tradicionais e empresários modernos resultou em um Estado forte com os fortes e fraco com os fracos, bloqueando a participação política dos subalternos.

As estratégias da esquerda diante da realidade imposta

As forças de esquerda enfrentaram a modernização conservadora com duas opções: resistir fechando os olhos para a realidade ou adotar uma postura de frente democrática para reorganizar a sociedade civil e política. A resistência armada traria consequências graves, enquanto a colaboração estratégica visava à reconstrução positiva da democracia.

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O passado, como sugere Faulkner, parece persistir e influenciar o presente de diversas maneiras. A aliança estratégica entre forças progressistas e liberais é essencial para fortalecer a democracia e resistir a extremismos. A jornada rumo ao amadurecimento democrático no Brasil requer superar resquícios antiliberais que ameaçam a estabilidade política.

É fundamental avançar na consolidação democrática e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, promovendo o diálogo e a cooperação entre diferentes forças políticas. Este é um desafio permanente que exige a participação ativa e consciente de todos os cidadãos interessados no futuro do país.

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