Opinião: Como o Crime Organizado Afeta a Economia | Estratégias para Mitigar seus Impactos

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O domínio territorial e a infiltração na política e nos negócios do crime organizado é um dos grandes problemas brasileiros da atualidade. Além dos danos sociais e humanos, o crime organizado prejudica a economia, como mostram muitos estudos econômicos das últimas décadas.

Como a retomada do poder oficial afetou as cidades

Mas um recente estudo dos economistas Alessandra Fenizia (George Washington University, em Washington DC) e Raffaele Saggio (University of British Columbia, em Vancouver, Canadá) vai além: o trabalho mostra que a retomada, pelas instituições oficiais, do poder econômico e político cedido ao crime organizado aumenta concretamente o dinamismo econômico das cidades onde isso ocorre. O efeito comprovado se dá na forma de mais empregos, maior criação de empresas e valorização de imóveis industriais.

Como um programa italiano radical pode ser a solução

Um aspecto central e muito interessante do 'paper' de Fenizia e Saggio é que eles estudam um programa italiano bastante radical para lidar com o problema de municipalidades dominadas pela Máfia: a demissão do conselho municipal.

Impacto das intervenções na economia municipal

O estudo dos dois economistas investigou o impacto de 245 intervenções desse tipo realizadas pelo governo da Itália entre 1991 e 2016. O trabalho seguiu a metodologia de "diferença em diferenças", baseado numa rica base de dados sobre mercado de trabalho, empresas, preços imobiliários e finanças públicas das municipalidades italianas.

Resultado da intervenção e suas implicações

O resultado foi que as intervenções da fato estimulam a atividade econômica. As municipalidades tratadas tiveram um ganho de 16,9% em emprego, de 9,4% em quantidade de empresas e de 15% de alta dos imóveis industriais, em relação às não tratadas. Esses efeitos foram medidos ao longo de um período de nove anos após a intervenção.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast e escreve às terças, quartas e sextas-feiras (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 22/3/2024, sexta-feira.

Finalmente, os autores indicam que intervenções que falharam em coibir a atuação da Máfia - por exemplo, aquelas cidades tratadas que reelegeram mafiosos depois de dois anos - não tiveram benefícios econômicos significativos.

Fenizia e Saggio notam que uma política pública agressiva que tenha como alvo direto instituições dominadas pela Máfia parece funcionar melhor do que as que, de forma tradicional, combatem as atividades criminosas, mas não diretamente as instituições dominadas por elas.

Pensando no Brasil, parece haver, em relação e esse caso da Itália, um fosso institucional gigantesco de garantismo jurídico (e federativo) e complacência política para que algum dia ocorra aqui algo semelhante às demissões sumárias de conselhos municipais dominados pela Máfia ao estilo italiano.

Mas não custa pensar se, na rígida moldura institucional de proteção aos poderosos do Brasil, não haveria formas mais rápidas e ágeis de varrer da vida pública e empresarial, de forma definitiva, pessoas ou grupos notoriamente ligados ao crime organizado, ou dele participantes diretos.

Essa pesquisa revela a importância de combater o crime organizado e retomar o controle institucional em benefício da economia e da sociedade como um todo. É fundamental buscar soluções eficazes e agir de forma proativa para promover um ambiente mais seguro e próspero para todos. O que você acha que poderia ser feito para combater o crime organizado e seus efeitos negativos na economia?

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Por /Fernando Dantas


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