A indústria dos Estados Unidos e a transição para fontes de energia mais limpas estão enfrentando um grande desafio diante do aumento das exportações baratas da China, o que ameaça acabar com investimentos e empregos centrais para a agenda econômica do presidente Joe Biden. O presidente americano está considerando tomar novas medidas para proteger indústrias nascentes, como a produção de veículos elétricos e a fabricação de painéis solares, contra a competição chinesa.
Porém, a abordagem de financiamento dessas indústrias foi diferente nos dois países. Os funcionários chineses investiram em fábricas usando ofertas de empréstimos atraentes de bancos estatais para empresas que poderiam não sobreviver, ajudando a compensar uma crise econômica e um consumo doméstico lento. Essas fábricas operam com mão de obra de baixo custo e exportam mercadorias a preços abaixo dos concorrentes.
Por que a China é uma ameaça?
A administração Biden acredita que importações chinesas de painéis solares, baterias e veículos elétricos são úteis para conter a inflação e combater as mudanças climáticas, mas a perspectiva de perda de empregos e o fechamento de empresas é alta demais. A administração está considerando novas tarifas sobre importações estratégicas da China e iniciaram várias investigações sobre tecnologias chinesas.
Como a abordagem dos EUA é diferente?
Biden está canalizando dinheiro federal para indústrias específicas para semear a inovação e abrir novos caminhos para a classe média por meio de empregos bem remunerados. Ele assinou uma lei de infraestrutura, uma lei de fabricação avançada focada em semicondutores e um conjunto de incentivos à produção contidos em sua lei climática. Parte dessa assistência vem com condições, como a obrigatoriedade de empresas pagarem salários relativamente altos ou fornecerem creche para os trabalhadores, além do uso de componentes produzidos nos EUA.
As exportações chinesas podem afetar a manufatura americana
Embora as exportações chinesas de painéis solares, baterias e veículos elétricos sejam úteis para evitar uma mudança climática catastrófica, os funcionários da administração Biden acreditam que a perspectiva de perda de empregos e o fechamento de empresas é alta demais.
Qual é o impacto na Europa?
Líderes europeus levantaram preocupações semelhantes, incluindo o Chanceler Olaf Scholz da Alemanha, que reclamou sobre os produtos chineses serem vendidos com prejuízo na Europa durante uma visita oficial a Pequim. A União Europeia está realizando suas próprias investigações sobre as importações chinesas de veículos elétricos e poderia resultar em tarifas sobre esses produtos.
O que pode mudar?
Embora os Estados Unidos e seus aliados tenham lutado para reunir uma resposta coordenada às ameaças às suas indústrias domésticas da concorrência chinesa, o sucesso das importações manufatureiras da China poderia provar ser “um catalisador para uma resposta mais coordenada” dos Estados Unidos e da Europa no comércio.
Em meio a esta crise econômica, a União Europeia, Estados Unidos, México e Brasil estão perseguindo investigações antidumping contra a China que poderiam levar a novas restrições comerciais. A administração Biden tem sido pressionada a proteger a indústria dos Estados Unidos e a tomar medidas para que a transição para fontes de energia mais limpas não seja afetada.
Agora, a China se tornou um obstáculo para a retomada da economia americana, que pode ter que fazer muito mais para restringir as importações chinesas, se espera garantir que as vastas iniciativas industriais de Biden não sejam inundadas por versões chinesas de baixo custo das mesmas tecnologias emergentes.
Neste contexto, a compreensão da concorrência chinesa é fundamental para todas as empresas que desejam competir em um mercado global, especialmente em indústrias emergentes.
Não podemos negar a importância do equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a manutenção dos empregos e negócios nos EUA e na Europa. Por isso, estudiosos, economistas e lideranças políticas debatem a necessidade de um novo tipo de indústria que seja capaz de conciliar inovação e geração de empregos. Só assim será possível manter a competitividade em um mundo cada vez mais digital e automatizado.
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