Por que Sarney, aos 94 anos, ainda é relevante? Descubra como a política brasileira reúne PT e PSDB

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Longe dos mandatos eletivos desde 2014, mas sem nunca deixar a vida pública, José Sarney mostrou que seu prestígio entre os políticos segue resistente ao tempo e às intempéries do poder. Para comemorar os 94 anos, o ex-presidente abriu nesta quarta-feira, 24, as portas de sua mansão no Lago Sul, em Brasília, a ministros do governo Lula, integrantes do Supremo, governadores, deputados e senadores, que nas rodinhas de conversa analisavam o estremecimento entre o Palácio do Planalto e o Centrão, bem como os próximos passos da reforma tributária.

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A música era discreta, propícia para as conversas ao pé do ouvido. Uma delas, em clima bem humorado, foi entre o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). “Que saudades eu tenho do PSDB!”, confessava, ao lado da dupla, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele se referia ao desafio de enfrentar o bolsonarismo, que suplantou os tucanos na polarização com o PT. Presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann (PT-PR) riu como quem concordasse.

Quais os reflexos do estremecimento entre o Palácio do Planalto e o Centrão?

Padilha representou a tropa palaciana no aniversário. Ao cumprimentar Sarney, prometeu a ele uma visita, na semana que vem, ao “seu Amapá”. Será mais uma parada da “caranava federativa”, o giro de Padilha pelo Brasil para aproximar o governo federal dos Estados e municípios. Da velha guarda petista estava o ex-ministro José Dirceu (PT), que nesta semana irritou aliados ao dizer que o governo Lula é de centro-direita. Depois da repercussão, a assessoria de Dirceu enviou um comunicado com um reparo: “Governo de centro-esquerda, apoiado por partidos de direita”.

Como a relação entre o presidente da Câmara e o governo está sendo avaliada?

Evitando qualquer constrangimento, Padilha deixou a festa pouco antes da chegada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os dois são desafetos pessoais, nas palavras do alagoano. O líder do Centrão ouviu diagnósticos sobre a relação conflituosa com o governo, e foi questionado sobre a sua avaliação. Preferiu, contudo, mais ouvir do que falar.

Qual a perspectiva para a relatoria da reforma tributária?

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma rápida passagem após entregar o projeto de regulamentação da reforma tributária ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Relator ideal para o texto - aos olhos da equipe econômica -, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também estava na residência dos Sarney. A aliados, o parlamentar expôs a descrença sobre ganhar a relatoria, a ser definida por Lira nos próximos dias. Como mostrou a Coluna do Estadão, a escolha dos novos relatores será termômetro da relação entre o presidente da Câmara e o governo.

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