Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Americana do Câncer aponta um rápido aumento na incidência de câncer colorretal em pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos, enquanto há uma diminuição na incidência entre pessoas com mais de 65 anos. Os casos desse tipo de câncer têm aumentado cerca de dois por cento ao ano desde meados da década de 1990. Esse aumento fez com que o câncer colorretal se tornasse a principal causa de morte por câncer em homens com menos de 50 anos e a segunda principal causa de morte por câncer em mulheres com menos de 50 anos nos Estados Unidos.

Por que o câncer colorretal está aumentando entre os jovens?

O câncer colorretal apresenta diversas semelhanças com o câncer de reto e de cólon, e é frequentemente agrupado em uma única categoria. No entanto, estudos indicam que o aumento nos diagnósticos é impulsionado principalmente pelos casos de câncer de reto e daqueles localizados no lado esquerdo ou distal do cólon, próximo ao reto. Caitlin Murphy, pesquisadora de câncer da Universidade UTHealth, em Houston, destaca que isso pode fornecer uma pista importante para compreender o que está acontecendo.

Os tumores colorretais em pessoas mais jovens tendem a ser mais agressivos e geralmente são detectados em um estágio mais avançado. A maioria dos afetados pelo câncer colorretal precoce é jovem demais para receber recomendações de fazer exames preventivos regulares, os quais ajudam a diminuir a incidência em adultos com mais de 50 anos. Em 2021, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos reduziu em cinco anos a idade recomendada para iniciar o exame de câncer colorretal, de 50 para 45 anos.

Embora muitos fatores possam ser associados ao aumento dos casos de câncer colorretal – como tabagismo, alimentação com exagero no consumo de álcool, alimentos ultraprocessados, carne vermelha e sedentarismo –, nenhum deles pode ser considerado único responsável pelo aumento do câncer colorretal de início precoce. Estudos moleculares indicam que os tumores colorretais precoces apresentam mutações cancerígenas distintas em comparação com os tumores em adultos mais velhos, mas há provas de um componente genético: ter um parente de primeiro grau com histórico de câncer colorretal, ou mesmo um pólipo pré-canceroso, pode aumentar o risco. Os especialistas também estão analisando a exposição a produtos químicos tóxicos no meio ambiente.

Como identificar e reduzir seus riscos?

Os sintomas do câncer colorretal incluem dor abdominal sem explicação, alterações nas fezes e sangramento retal. Se você tiver algum desses sintomas, converse com um médico e faça exames.

Alguns médicos recomendam a realização de um exame colonoscópico de rotina, mesmo que você não tenha sintomas, ao atingir 45 anos. A colonoscopia permite que os médicos especialistas identifiquem a localização dos tumores e os removam durante o mesmo procedimento. Atualmente, há vários tipos de preparações intestinais disponíveis, incluindo laxantes líquidos, comprimidos e pós, que são menos desconfortáveis do que as opções oferecidas às gerações anteriores.

Um teste caseiro também é uma opção, o qual pode detectar, por meio do DNA nas fezes, 92% dos casos de câncer colorretal. No entanto, ele é menos sensível na detecção de pólipos pré-cancerosos e não pode ser utilizado para remover nenhuma massa. Em um futuro próximo, será lançado um exame de sangue que poderá ampliar ainda mais a adesão das pessoas ao teste.

Fonte: The New York Times

Se você tem menos de 45 anos e já está preocupado com o câncer colorretal, converse com seu médico para definir as melhores estratégias de prevenção e diagnóstico para o seu caso. Com informação e conscientização, podemos prevenir e combater o câncer colorretal de início precoce.

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