Segundo analistas, a Rússia tem conseguido sustentar sua ofensiva na Ucrânia por pelo menos mais dois anos graças ao aumento de produção de equipamentos militares para recompor estoques de armas e munições. O Kremlin tem se capitalizado sobre sua vantagem esmagadora em número de soldados e capacidade de armá-los, com armas antigas mas confiáveis, além de tolerar baixas pesadas. Para recalibrar sua economia para um ritmo de guerra, a Rússia forçou as fábricas existentes a incrementar a atividade para produzir ou renovar equipamentos antigos e comprou componentes do Irã, da China e da Coreia do Norte.

Porém, a Rússia tem enfrentado dificuldades para expandir suas capacidades e desenvolver novas armas modernas que poderiam melhorar o desempenho de combate de seu Exército. Ainda assim, a Rússia tem conseguindo sustentar seu poder bélico na Ucrânia com base em equipamentos antigos e de baixa qualidade, além de investir em grande escala em projéteis, fuzis e equipamentos em massa para abastecer a massa de soldados.

Como a Rússia tem se armado para a guerra na Ucrânia

Conforme a ajuda militar do Ocidente para Kiev diminuiu, as forças russas retomaram a iniciativa na Ucrânia, onde conseguem agora disparar sistemas de artilharia e lançar drones a um ritmo muito maior que os ucranianos. Ainda que a guerra na Ucrânia tenha degradado seriamente as Forças Armadas da Rússia no início, hoje Moscou demonstra sua capacidade de driblar sanções e manter seu poder bélico no país vizinho.

A Rússia tem rearmado suas forças reformando equipamentos antigos — muitos da era soviética e tem encontrado meios de driblar sanções. A produção de equipamentos mais simples, como fuzis e projéteis, além de equipamentos em massa para a massa de soldados, tem sido a estratégia da Rússia para manter sua presença militar na Ucrânia.

Desafios para a Rússia

No entanto, a Rússia tem encontrado limitações no fornecimento de equipamentos já existentes e no desenvolvimento de capacidade para construir novos veículos de combate quando os modelos antigos se esgotarem. A produção de cascos novos para o tanque T-80, por exemplo, foi substituída pela recuperação de tanques fabricados mais de 50 anos atrás. Especialistas apontam que desenvolver capacidade para construir novas armas seria um desafio crítico para a Rússia.

Ainda que o governo russo tenha anunciado números recordes para fabricação de equipamentos militares, especialistas apontam que com frequência militares são criativos nas contabilidades e, muitas vezes, misturam equipamentos novos e restaurados para mostrar resultados positivos. É o caso dos tanques usados nas unidades compostas por conscritos e ex-detentos, que são mais velhos do que os usados nas unidades mais bem treinadas.

A preocupação de Kiev

Com a elevação da produção de armamentos, a Rússia elevou a preocupação de Kiev cujas forças estão acometidas por falta de armamentos e soldados, e perdem terreno nos campos de batalha. O aumento de produção de equipamentos militares russos pode sustentar sua ofensiva na Ucrânia por pelo menos mais dois anos, tornando ainda mais preocupante a situação das forças ucranianas.

Recomendações do Estadão

Com dificuldades para expandir suas capacidades e desenvolver novas armas modernas capazes de melhorar o desempenho de combate de seus soldados, a Rússia tem se armado para a guerra na Ucrânia com equipamentos antigos e de baixa qualidade, projetados para abastecer a massa de soldados. Especialistas apontam que desenvolver capacidade para construir novas armas seria um desafio crítico para a Rússia. Por isso, a situação das forças ucranianas se torna ainda mais preocupante. Nesse contexto, fica a pergunta: como Kiev pode lidar com essa situação? Quais medidas deveriam ser tomadas para melhorar a situação das forças ucranianas?

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